E com vocês... a Condessa de Nane!

Hoje eu tenho o imenso prazer de apresentar a vocês uma personagem muito querida, que conheci aos 10 anos e sou apaixonada por ela até hoje: a Condessa de Nane. Ela surgiu em minha vida desde o momento que ganhei o primeiro livro de poesias, da coleção Para Gostar de Ler, que tenho até hoje e já apresentei à minha filha.

A partir do dia em que ganhei tal livro, minha leitura de mundo mudou abruptamente. Agora eu via as palavras de um jeito diferente - com formas, gestos, cores, música e dança, muita dança. Em meio a esse bombardeio de emoções, a Condessa de Nane foi chegando suave, meiga. Sem me aperceber, ela já fazia parte da minha vida enquanto "porção poeta". Comecei a fazer pequenos versos, sem maiores intenções, e quando vi já havia escrito um livrinho de poesias.

É claro que, de maneira tão intensa, acabei por incentivar muitas amigas a trilharem o mesmo encantador caminho da poesia. Tempos excelentes! Estimulada por uma professora, participei até mesmo de um concurso nacional. Não ganhei prêmio algum, mas o interessante foi que, ao me inscrever, vi que teria de criar um pseudônimo (falso nome) para não ser identificada na hora do julgamento. Não foi difícil escolher “Condessa”, pois muitas pessoas já haviam me dito que eu tinha feições clássicas de uma pessoa nobre de tempos antigos (só sendo, kkkkk), como... uma condessa. “Nane” veio anos depois, em homenagem a um grande amigo meu.


Ainda hoje, quando estou triste ou contemplativa, a Condessa vem me visitar. Calmamente ela bate à porta e eu, educadamente, lhe ofereço um café. Assim, como quem não quer nada, nós vamos construindo ideias em forma de versos, sonhos em forma de letras. Gostaria de passar mais tempo com ela, mas a realidade da fugacidade da vida me traz de volta aos afazeres cotidianos. E então, com a mesma fineza e postura que ela chegou, também se vai.


Como meio de tê-la mais vezes ao meu lado, dediquei um espaço especial à nobre convidada - Café com a Condessa -, onde ela irá partilhar tanto os próprios poemas como os de diversos admirados poetas.


Enfim, agora que vocês já sabem a história da Condessa de Nane e estão devidamente apresentados, ela mesma irá postar um dos poemas constantes daqueeeeele livro acima mencionado: A Bailarina. Esse poema da maravilhosa Cecília Meireles está recheado de boas lembranças, tanto que está até hoje na memória da Condessa (e na minha).

A bailarina

Cecília Meireles

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